domingo, 21 de novembro de 2010

Prêmios de Comunicação, de Responsabilidade Social e de Inovação em Educação

O SINEPE/RS divulgou no dia 12/11 a lista dos vencedores dos prêmios, edição 2010. Os três primeiros colocados em cada premiação serão homenageados no aniversário do Sindicato, dia 1º de dezembro, na PUCRS em Porto Alegre.

Conheça os vencedores:  http://www.sinepe-rs.org.br/core.php?snippet=noticias_interna&id=11558

Visitas a alguns museus

Visitando os links indicados de alguns museus, vai aqui um breve comentário das impressões sobre cada um:

Museu da Pessoa: Brilhante. Simplesmente vivo. O site, se analisado como recurso, é tradicional comparado às ferramentas que vimos aqui, já que não se encaixa no termo "2.0", no entanto, a idéia do Museu é em si 2.0. O museu é feito por histórias de pessoas normais, que contam suas histórias. Destaco dentre os valores do Museu destaco o seguinte:  
No protagonismo histórico: todas as pessoas têm um papel como agente de transformação da História. Democratizar e ampliar a participação dos indivíduos na construção da memória social é atuar na percepção que os indivíduos e os grupos têm de si mesmos e de sua situação conseguir em nome de outrem.
Além da idéia ser uma iniciativa inovadora, o site como ferramenta é muito amigável, limpo, e a estrutura com uma organização de primeira. Vou virar assídua frequentadora embora tenha sentido falta dos Feeds. Traz informação e material, imagens, texto e também som.

MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul: o site apresenta muita informação sobre a instituição, notícias, e acesso às obras do acervo. É bastante funcional, atrativo e moderno, incluindo a possibilidade de inscrever email para receber notícias (Newsletter) e link para o Twitter. O único porém que ressalvo é a maneira de navegação, para mim o acesso aos menus poderia ser simplificado e agilizado além da resolução ser melhor explorada. Como se vê na imagem abaixo, o conteúdo fica bem estreito no centro da tela prejudicando a visualização.

Site do MARGS: atrativo mas os menus poderiam ser simplificados e mais agéis.
MASP - Museu de Arte de São Paulo: assim como o Margs, apresenta informações sobre o museu, e acesso ao acervo, incluindo acesso ao acervo da Biblioteca. Tem link para as redes sociais Twitter e Facebook, a navegação é relativamente fácil e a interface é amigável também.

Museus-Fórum:  blog da professora e pesquisadora Denise Eler, como ela mesmo escreveu "Dando prosseguimento a esta pesquisa, pretendo registrar neste blog manifestações de Museus-Fórum na web", o que me desanimou foi a professora ter realizado o registro a que se propôs apenas durante dois meses, provavelmente por ter se esgotado a questão de sua pesquisa naquele momento. Em todo caso está lá o registro em um blog, de sua pesquisa sobre as formas de presença online dos Museus. Naquele ano ela escreveu sobre os museus de ciências, afirmando que "Os museus brasileiros de forma geral estão ainda no início da espiral evolutiva das formas de presença online: têm aparência amadora, fazem uso exaustivo de texto e têm pouca presença online além de seus sites" (ELER, 2008, online). Dois anos depois pode-se ver um avanço ainda tímido por parte dos Museus em marcar mais sua presença no meio online, arriscando as redes sociais para além do site.

MUVA - Museu Virtual de Artes El País: site desenvolvido em linguagem Flash, que dá a interface de animação e de maior interação. Apresenta um acervo como se estivéssemos dentro de uma sala, imagens simulando a realidade de um ambiente, um museu virtual fazendo alusão a um museu físico. É uma maneira de fazer um site bem atrativo o único porém é o peso que ele tem. Para uma conexão menos favorecida é preciso uma paciência triplicada para ver cada obra. Um recurso interessante existente é a possibilidade de incluir as obras visitadas como que num favorito e se clicar em "comparación", visualizar as obras lado a lado, com uma indicação para escrever os próprios comentários e enviá-los para o email pessoal ou para o museu. Não entendi muito bem o propósito dessa ferramenta, mas parece ser interessante. No quêsito informação, achei meio complicado de encontrá-las.


Web Gallery of Art: o site mais desatualizado. Desatualizado no que diz respeito aos recursos utilizados. Ainda se parece muito com os primeiros sites que surgiram no contexto web 1.0 Uso excessivo de tabelas e texto sem uma formatação mais moderna. Uma coisa interessante é conservar, ainda, o registro de todos os comentários (ainda no antigo Guestbook) desde 2000, estar no ar tanto tempo e guardando todos os registros é uma exceção. De resto, é preciso mudar a cara do site, até porque ele se propõe a ser uma galeria de arte, um museu virtual, uma base de dados e uma coleção de imagens da Pintura e Escultura da Europa e, de acordo com a visão apresentada no próprio site, trabalharia com as técnicas eficientes do que existe de visual na internet. Para o ano 1996 (início do projeto) pode ser que fosse sim, atual, mas hoje esse modelo de site já não tem razão de ser. É preciso que se atualizem pois o conteúdo é de grande importância.

Virtual Museum of Iraq: assim como o MUVA, foi feito em Flash, e ainda precisa de plugin Quick Time, ou seja, não é muito fácil de qualquer um visualizar já que depende de softwares específicos e também uma boa conexão. No link overview, traz informações sobre a idéia da iniciativa. Não apresenta mais nenhum tipo de link, é a representação virtual do museu fisico do Iraque.
 
REFERÊNCIAS
 
 
ELER, Denise. Museus-Fórums. 2008. Disponível em: http://museuforum.blogspot.com. Acesso em: 21 nov. 2010. 

MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.margs.rs.gov.br. Acesso em: 21 nov. 2010.

MASP - Museu de Arte de São Paulo. Disponível em: http://www.masp.art.br. Acesso em: 21 nov. 2010.

MUSEU da pessoa. Disponível em: http://www.museudapessoa.net. Acesso em: 21 nov. 2010.

MUVA - Museo Virtual de Artes El País. Disponível em: http://muva.elpais.com.uy. Acesso em: 21 nov. 2010.

VIRTUAL Museum of Iraq. Disponível em: http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it. Acesso em: 21 nov. 2010.

WEB Gallery of Art. Disponível em: http://www.wga.hu. Acesso em: 21 nov. 2010.

Museus New Generation

Com todas as modificações vistas até aqui no meio digital um último tema ainda falta ser abordado: os museus. 

Os Museus são as instituições mais ligadas a uma tradição bem consolidade há séculos, e é desafiador pensar em uma modificação em seus conceitos, tão arraigados em todas as culturas.
No trecho de Galeano (2007), na imagem acima, vemos os indios com uma visão totalmente desapegada da conservação de uma peça para admiração e contemplação, para eles o conhecimento e a importância de uma obra-prima do velho oleiro, mais valem incorporados (literalmente) ao material que servirá de base para as próximas obras do novo oleiro que começa. A concepção de memória e a tradição para esses povos é totalmente oposta ao que vivemos em nossa sociedade, por um lado, felizmente. Não que sejamos exemplos do cuidado para com as gerações futuras, pelo contrário, talvez espatifemos no chão, como o novo oleiro fez com a peça, tantas outras coisas muito mais importantes e com valor igual ou superior. 
Fato é que os Museus têm um papel fundamental na conservação dos objetos que trazem em si a história da humanidade, seja na expressão que for. Eu disse objetos?

Loureiro ( 2004, p. 95) destaca o conceito oficial de Museu, definido pelo ICOM (International Council of Museums):
Um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa, comunica e exibe, para fins de estudo, educação e lazer, evidência material das pessoas e de seu meio ambiente.
O Houaisss Eletrônico (documento eletrônico) traz uma definição mais sucinta: "subs. masc.: instituição dedicada a buscar, conservar, estudar e expor objetos de interesse duradouro ou de valor artístico, histórico etc."

Até aqui nada a se questionar sobre o papel do Museu, certo? Errado. Se lermos com atenção os dois conceitos veremos que existe uma grande restrição física ao papel do Museu. Objetos, evidências materiais e afins pressupõem uma existência física, logo, está indo de encontro aos princípios que temos falado até aqui sobre novas mídias, não?

Ainda bem que os profissionais envolvidos nessa área se deram conta dessas modificações impossíveis de serem paradas ou refutadas e, em 2001, expandiram o conceito oficial: "'centros culturais e outras entidades voltadas à preservação, manutenção e gestão de bens
patrimoniais tangíveis e intangíveis (patrimônio vivo e atividade criadora digital)' foram oficialmente admitidas como membros da categoria 'museu'." (LOUREIRO, 2004, p. 94)

Bom, agora podemos falar sobre os Museus nesse novo contexto "digital". Mas quais foram as iniciativas que os Museus tiveram para seguir o fluxo das mídias digitais?

Primeiramente, seria inaceitável no final dos anos 90, alguma Insituição que não tivesse um site, assim a primeira atitude de qualquer instituição foi colocar em prática o projeto de um site, e com os Museus não seria diferente.

Alguns pensamentos precavidos - ou desconfiados e pessimistas - se preocuparam com a questão da substituição: o público se contenta com as visitas virtuais e não quer mais ir ao Museu físico. Mas é importante marcar o seu papel e não se oferecer por inteiro no meio digital, até porque uma imagem, uma reprodução no meio virtual jamais irá trazer consigo as características intrínsecas de uma obra de arte vista ao vivo.

Oliveira (2007) destaca que não há, por parte dos defensores da idéia do Museu na Web, a idéia de substituição do museu físico pelo virtual e sim é a importância de um trabalho em conjunto para beneficiar a informação e a comunicação. É o que chamam de museu sem muros (OLIVEIRA, 2007; CARVALHO, 2008). 

A premissa das mídias digitais é oferecer informação democratizada, a todos, o acesso universal. Hoje, pessoas que jamais poderiam ir à França, podem visualizar obras de arte importantes através do Louvre Virtual.


REFERÊNCIAS


CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na internet e o visitante virtual. Revista Museologia e Patrimônio, v. 1, n. 1, Rio de Janeiro, 2008.

GALEANO, Eduardo. Palavras andantes. Porto Alegre: L&PM, 2007.


LOUREIRO, Maria Lúcia de Niemayer M. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004.


OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital. Comunicação e Sociedade, v. 12, São Paulo, 2007, pp. 147-161.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jornais digitais brasileiros

E se alguém solicitar uma informação na Unidade de Informação que o bibliotecário está trabalhando?
Ele deve se restringir apenas ao acervo tradicional de livros?
Depois de tudo que já vimos até aqui  sobre as Mídias Digitais, e tendo consciência do papel do Bibliotecário, é claro que sabemos que ele precisa estar pronto para recorrer a todos os meios de informação que puder para apresentar uma informação variada, com diversos pontos de vista.

Caso alguém estivesse fazendo uma pesquisa sobre o Fumo, por exemplo, o bibliotecário poderia procurar além de livros,  revista, folhetos, folders de programas de saúde, tambem alguns vídeos na Internet, e porquê não as notícias que têm saído na mídia? É preciso saber como andam as polêmicas leis de combate ao fumo, no Brasil  e também no resto do mundo. Essa busca pode ser feita nos arquivos de jornais, caso a Biblioteca tenha, arquivos de recortes, para fazer uma retrospectiva histórica mas principalmente, para a atualidade, nos jornais digitais.

Ao procurar em jornais brasileiros online se poderia encontrar essa notícia, por exemplo:  Lei quer proibir consumo de cigarros nos pontos de ônibus de São José dos Campos, SP - O Globo

Na página da notícia podem ser analisados, além da informação em si, os comentários dos leitores que fortalecem ou contrapõem a notícia. Aliás, esse poderia ser objeto para uma pesquisa de Biblioteconomia, quais os temas mais comentados, como os usuários retornam a informação lida, como se dá a interação, os processos relacionados à informação, como um grupo de usuários busca e usa a informação dos jornais digitais, em comparação com impressos, como se dá a apropriação e a interação com a informação no meio digital, como a folksomia está presente nessa nova forma de comunicação, e tantas outras temáticas.

Os jornais podem contribuir de várias formas no trabalho do bibliotecário. Descubra quais as formas que você pode utilizar.


REFERÊNCIAS
O GLOBO. Lei quer proibir consumo de cigarros nos pontos de ônibus de São José dos Campos. Disponível em: http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2010/11/16/lei-quer-proibir-consumo-de-cigarros-nos-pontos-de-onibus-de-sao-jose-dos-campos-sp-923032269.asp. Acesso em: 16 nov. 2010.

Jornais digitais internacionais

Mas e se os jornais não forem mais impressos?

O primeiro aspecto que me vem na cabeça seria a economia de papel. Aliás, poderia se pensar que colocar qualquer material que seja para o meio virtual reduziria consideravelmente o consumo de papel, logo a derrubada de árvores ou a necessidade de se utilizar o meio ambiente de forma desenfreada com a produção de determinadas árvores. Mas porque em alguns momentos parece que isso na realidade não funciona?

Veja os números do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC):
De acordo com a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), a produção brasileira de celulose em 2002 foi de 8 milhões de toneladas, sendo que 30,4% desse volume foi exportado (principalmente para a Europa, Ásia e América do Norte. A produção de papel ficou em 7,7 milhões de toneladas, 13,4% para exportação. Na última década, o setor ampliou as exportações de US$ 1 bilhão em 1990 para US$ 2,1 bilhões em 2002, mais de 100%. E para exportar ainda mais, até 2012 pretende investir US$ 4,4 bilhões e dobrar a área reflorestada, de 1,4 milhões para 2,6 milhões de hectares (86% de crescimento). (IDEC, online)
Bom, supondo que o meio ambiente fosse beneficiado com a não-impressão de tantos jornais, qual seriam os pontos negavitos? Penso que a tendência a colocar a vida inteira numa máquina vi modificar o perfil da humanidade. Certamente não existirá mais o prazer de sentar em um padaria, na livraria, pedir um café e folhear as notícias matinais, ou no final da tarde. Pode parecer algo apenas "nostálgico" e há quem defenda que não cabe mais ter esse tipo de apego dentro de uma sociedade que está sim adquirindo outras características, a exemplo dos brinquedos antigos (peões e bonecas de pano) que hoje são apenas peça de museu no meio de crianças cada vez mais vidradas em telas de computadores. 

No entanto, é fato que esse contato exagerado com as tecnologias prejudicam a saúde do ser humano. Logo, as consequencias desse uso descontrolado de telas, será sentido nas próximas gerações.
Além do que, o contato com um aparelho acaba modificando todas as demais rotinas de uma pessoa, incluindo seus hábitos mais peculiares e "caseiros". 

Acho que é uma sociedade que talvez venha a se tornar mais fria e com relações mais superficiais, tal qual é a fugacidade do meio eletrônico. E falando em fugacidade, não podemos esquecer que o meio digital ainda está em fase de "teste" no que diz respeito à sua durabilidade e seu uso como preservação da memória. 

Não se sabe se esses equipamentos e midias irão suportar a ação do tempo conservando a historia da humanidade tal qual os papiros e pergaminhos da antiguidade. 
Esse é um dos riscos de quem quer acabar com os meios físicos e transformar o mundo todo numa realidade virtual. As tecnologias precisam coexistir com os antigos meios de forma que nenhum prejudique a existência do outro no que cabe sua funcionalidade mais importante. 

Por enquanto o que me parece é que os jornais digitais têm apenas a função de serem mais eficazes para disseminar uma informação, não para guardá-la. Os jornais internacionais, mais abrangentes, precisam investir e estudar como farão para lidar com esses impasses.

O profissional da informação precisa estar atendo a essas transformações da sociedade, afinal,  está inserido, enraizado diretamente com ela. 

Um exemplo dessas mudanças sociais, é uma notícia do ElPaís.com, que traz dois mendigos que resolveram pedir dinheiro para pagar seus vícios na rua, e inusitadamente, na internet. Eles fizeram até perfil do Facebook. Ligados nas mudanças, os dois mendigos são honestos e modernos. Porque o bibliotecário não pode ter essa consciência também? Promover seu trabalho, sua profissão, mostrar sua cara. 
Os jornais eletrônicos podem manter o profissional atualizado, o que é de extrema necessidade, colocá-lo mais próximo das ferramentas da web 2.0 com a agregação de twitter, redes sociais, wikis e outros; pode nortear para possíveis ações com relação ao que está acontecendo no mundo.




REFERÊNCIAS

IDEC. O lado escuro do papel. Disponível em: http://www.idec.org.br/rev_servicosambiente.asp. Acesso em 12 nov. 2010.

El País. Vagabundos, SA. Disponível em: http://www.elpais.com/articulo/madrid/Vagabundos/SA/elpepiespmad/20101117elpmad_8/Tes. Acesso em: 15 nov 2010.


Jornais digitais

No Guia do Jornalismo na Internet, André Manta, traz a afirmação de Roger F. Filder, ex-diretor do projeto da Knight-Ridder,de que em meados de 2005 os jornais digitais teriam substituído os jornais impressos. Talvez no final dos anos 90 a indicação realmente fosse essa, mas o que vemos é que essa previsão está demorando um pouquinho mais do que se esperava.
Estamos em 2010 e os jornais impressos ainda resistem, embora visivelmente perdendo suas forças dia após dia.
A pouco tempo o Brasil recebeu a notícia de que o Jornal do Brasil teria sua edição 100% online e para o MInistro de COmunicação Social, Franklin Martins, em alguns anos esse será o futuro de todos os jornais. Leia em: JB 100% digital.
Outro jornal que parece tomar o mesmo rumo é o único: New York Times. Leia em: New York Times anuncia final de edição impressa.

Assim como alguns preconizam o fim do livro, também o fim do jornal impresso é uma grande polêmica, e se as coisas seguirem com as mudanças tao rápidas quanto estão acontecendo, o jornal, como o conhecemos hoje, realmente sofrerá modificações drásticas. O livro ainda é mais perene, mas o jornal, as notícias, esse formato precisará de alterações muito significativas caso queira permanecer concorrendo com o jornal digital e isso parece bem difícil.

Hoje o usuário escolhe as notícias que quer ler, de onde quer ler e qual assunto. Assim tem-se o que identificamos pelos Feeds, uma nova ferramenta 2.0 que alterou completamente o ponto de vista jornalística da busca de informação.

Veja o que são Feeds:




REFERÊNCIAS

MANTA, André. Guia do Jornalismo na Internet. 1997. Disponivel em:  http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/manta/Guia/. Acesso em 12 nov. 2010.

Repositório cinematográfico


O Porta Curtas  também é um canal de extrema importância, onde estão reunidos diversos curta-metragens produzidos no Brasil. É  a valorização da produção cinematográfica do País, no ar há mais de cinco anos, consolidado como Portal de referência para os curtas.

Repositórios de vídeos

E se os vídeos são tantos e tão importantes, como utilizá-los, ou melhor como achá-los para poder fazer uso das informações nele contidas?
Vimos que os primeiros bancos de imagens surgiram como uma forma de publicidade e de venda de imagens para esse mercado consumidor e posteriormente foram difundidos os bancos de distribuição gratuita e também os repositórios 2.0, de compartilhamento. Não vemos essa realidade com os repositórios de videos que já vêm com o intuito de difusão, transmissão de conhecimentos, informações e compartilhamento.
Assim como pode existir um vídeo de interesse apenas pessoal, seleto de um grupo, nos repositórios pode estar, e está realmente, uma grande parte da memória coletiva de um grupo ou da própria humanidade.
O mais importante nessa ferramenta é a disponibilização de informação de uma maneira rápida e universal. 
Como se poderia acessar um trecho de algum filme russo, muito antigo, praticamente inexistente no Brasil, por exemplo?
Hoje com o advento dos repositórios isso é possível. Desde novelas, programas antigos, séries, filmes, entrevistas, shows, vídeoclips, vídeos produzidos por usuários, tudo, praticamente tudo está acessível no Youtube.
A inclusão e a indexação dos vídeos são feitas pelo próprio usuário e isso pode facilitar como também prejudicar que uma informação seja encontrada. Por experiência prática vejo que os pontos positivos superam os negativos no que diz respeito à indexação por folksonomia. 

Dallacosta et al.(2004) destacou que a tecnologia para vídeos no Brasil estava recém dando seus primeiros passos e ainda não era bem desenvolvida, mas salientou também a necessidade de uma indexação dos vídeos para que se pudesse encontrar determinado assunto para ser utilizado em aula, por exemplo. No artigo destacaram também a grande sacada dos repositórios de vídeos online, onde eles saíriam de videotecas e estariam acessíveis para muito mais pessoas atravé de uma disponibilização mais eficaz.
Hoje vemos que o Brasil está mais avançado, a velocidade da internet já não é tão inferior e o acesso à internet está cada vez mais popularizado (veja dados de acesso à internet pelos brasileiros ) assim o uso de repositórios de vídeos tende a crescer mais e mais. 

Alguns portais com conteúdos científicos:

 
Trecho do filme de Chaplin - O Grande Ditador. Memória cinematográfica em meio virtual. Qualquer pessoa pode ter acesso à obra de Chaplin.

REFERÊNCIAS

DALLLACOSTA, Adriana et al. O vídeo digital e a educação. In.: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, 15., 2004, Amazonas. Disponível em: <http://www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/343/329>. Acesso em: 11 out. 2010.

Seres audiovisuais

Para quem gosta e quer ver mais coisas interessantes sobre vídeo, imagem e som uma boa dica é o programa No estranho planeta dos seres audiovisuais, exibido no Canal Futura.
Televisão, computadores, celulares, salas de cinema, telões nas ruas. Consumimos e somos consumidos diariamente por toda a espécie de produtos audiovisuais.
De onde surgiu esta verdadeira mania dos seres humanos por imagens? No Estranho Planeta dos Seres Audiovisuais está em busca desta resposta.
A nova série do Futura investiga de forma bem-humorada a história da relação humana com as representações visuais, desde os homens da caverna e suas inscrições nas rochas, até o advento de tecnologias que tornaram possível assistir a filmes em pequenas telas de celular.


 

Veja também: primeira parte do debate sobre o mundo audiovisual no I Festival Internacional de Cinema de Paraty em 2008.





Aproveitando o post: um pouco de entretenimento mostrando toda a criatividade de alguns bibliotecários.

Tutoriais web 2.0

Aproveitando o tema Vídeos, e também as formas como eles podem ser utilizados para aprendizagem, uma relativamente "nova" mania é utilizar um tipo de tutorial, também conhecidos como know how (saiba como), para informar como utilizar um serviço. Esses vídeos estão muito disseminados nos canais como Youtube, principalmente porque oferecem um layout muito amigável e criativo sobre as ferramentas web 2.0.

Confira:



Vídeos: como usar e não usar

Bom, o que falar sobre os vídeos?

Se a fotografia "revolucionou" com o mundo visual, o video foi o ápice dessa revolução. Hoje tudo gira em torno do mundo audiovisual ja que a informação está fortemente ligada ao vídeo. 

Como se viu no post sobre as novas mídias para difusão da informação científica, as ferramentas da web 2.0 estão atingindo incusive o nível científico, o mais "tradicional" de certa forma. Com essa conquista há ainda quem dúvide do poder dessa nova "visão" de comunicação? Nesse contexto o vídeo só agrega e se torna uma alternativa com incrível utilidade, se usado da forma correta.

No post anterior, com alguns vídeos, pode-se ver os dois assuntos conectados: fotografia e imagem (trabalhados anteriormente) juntamente com o vídeo. Nos vídeos utilizados como exemplo a técnica de elaborar um vídeo para tratar de um tema específico só corrobora a importância e a facilidade de entendimento com um video bem feito e também o aspecto atrativo que ele traz com certas disciplinas.
 
No vídeo sobre o filme de Che Guevara também se uniram três assuntos (generalizando para este exemplo): a história, a imagem e o vídeo. Che Guevara ao mesmo tempo um personagem muito importante da História, a imagem mais impressa em todo mundo e também um vídeo, duplamente um vídeo pois de um filme saiu o vídeo para divulgação do próprio filme mostrando outros aspectos, incluindo a desinformação por parte de algumas pessoas que usam a estampa em roupas e sequer sabem quem ele é.

Moran (1995) em seu artigo O video na sala de aula, traz diversas categorias para o uso que pode ser feito do vídeo com recurso pedagógico, e também o uso que não deve ser feito.
Para o autor o uso como forma de preencher algum vazio de aula ou então o uso sem uma efetiva discussão, apenas para matar tempo dos alunos é muito prejudicial. Se vê muito essas atitudes em escolas que fazem parte do dia a dia. Em minha escola vi a cada ano do ensino fundamental e médio o uso do vídeo sendo feito exatamente como Moran desaconselha.

Algumas formas para NÃO se utilizar um vídeo são então: o vídeo tapa-buraco, vídeo enrolação, vídeo deslumbramento, video perfeição e só o vídeo sem outros recursos. Ao contrário, as formas existentes para se fazer bom uso do vídeo como recurso pedagógico são as seguintes: vídeo como sensibilização, como ilustração, simulação, conteúdo de ensino, como produção, avaliação, vídeo espelho e como integração.

Você que está lendo, pode acessar o artigo de Moran e ver com mais detalhes as especificações de cada categoria e tentar identificar os vídeos apresentados como exemplos no post anterior em algumas delas.


REFERÊNCIAS

MORAN, José Manuel. O vídeo na sala de aula. Comunicação & Educação, São Paulo. ECA-Ed. Moderna. jan./abr. de 1995, p. 27 a 35. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm. Acesso em: 15 nov. 2010.

Vendo e aprendendo





Vídeo e informação

Antes de dar início às considerações sobre o uso do vídeo no contexto informacional, veja um exemplo de como esse uso está sendo feito.


Leia mais em: 


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Banco de imagens

Digitalizações são uma realidade e uma necessidade cada vez mais presente no dia a dia de instituições que querem preservar seus acervos fotográficos.

Google Imagens
Nesse sentido o meio digital é uma alternativa muito bem vinda. Mas com alguns poréns. É preciso ter softwares adequados, servidores seguros e um constante cuidado com os arquivos, já que arquivos digitais são, por enquanto, mais perecíveis que arquivos em papel ou em fitas magnéticas.
Um exemplo de uma criação de um banco de dados para resgatar a memória coletiva de uma região através de imagens pode-se encontrar em O profissional de informação como mediador entre documento e o usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco, de Rosi Cristina Silva, e também em Gerenciamento eletrônico de documentos: criação de um banco informações e imagens no arquivo permanente da Unicamp, de Cristina Barbieri. As autoras trazem suas experiências com a criação de bancos de imagens para instituições que possuem um rico acervo de imagens.


Além da questão da preservação da memória coletiva, são abordadas questões práticas  e técnicas sobre a digitalização, o armazenamento e tratamento de imagens, a necessidade de se encontrar um software adequado e equipamentos que tenham relativa segurança no que diz respeito a guarda de arquivos, bem como o papel do profissional da informação que estiver ligado a esses projetos, sua importância como mediador da informação.


Mas fora os bancos de imagens das Instituições, que provavelmente servirão apenas para pesquisas históricas e um resgate memorial, o que se vê muito é o crescimento dos bancos de dados na própria web, os bancos de imagens digitais ganham um espaço gigantesco no mercado virtual.  




PrintScreen da tela inicial dos sites: Corbis, Gettyimages e Jupiterimages
Seja para comércio, seja para facilitar o acesso à imagens dos mais variados tipos, os bancos de imagens têm uma utilidade incrível para quem navega na internet e busca imagens para ilustrar seus trabalhos, sites, blogs, ou apenas para se distrair apreciando imagens interessantes.


Quando comecei a utilizar a internet acessava muito o Corbis e o Gettyimages, e eles eram praticamente os únicos com maior divulgação. Hoje existem bancos de dados de boa qualidade produzidos aqui mesmo no Brasil, como o utilizado em alguns posts: http://www.stockbrazil.com.br.


É sempre importante ter em mente a importância de creditar o material utilizado e não se utilizar de uma iniciativa que visa o coletivo, para benefício próprio. Ninguém gostaria de ter seu trabalho reproduzido mas com autoria identificada para outra pessoa.

Para saber mais como respeitar direitos autorais na internet você pode dar uma lida em: http://www.creativecommons.org.br, ou acessando o vídeo Creative Commons
E além dos bancos de imagens de empresas, existem os bancos de imagens 2.0, como por exemplo, o Flick. Uma mistura de rede social com banco de imagens onde os usuários colocam suas imagens, dividem em albuns e esses albuns podem estar associados, compartilhados, e onde os usuários é que descrevem as imagens, diferente dos bancos de dados das empresas, ou das instituições onde a descrição das imagens tem um vocabulário mais controlado. Embora alguns bancos como o Corbis e o Gettyimage estejam modificando tambem esse quêsito nas palavras-chaves (ou TAGS), ainda assim eles mantem um certo controle no vocabulário, o que não se encontra nos albuns construídos colaborativamente.


Cada um dos meios tem seus pontos positivos e negativos, mas a tendência é que cada vez mais a web se torne "popular", no sentido de ter a cara do seu usuário, a partir do momento que é cada vez mais construída e reconstruída por ele próprio. Com o tempo, ou com a ajuda de profissionais, o "caos" informacional consequente desse tipo de organização adquira uma natureza mais seletiva, até mesmo para que as informações sejam encontradas. De nada adianta uma descriçao "livre", se ela não atinge a finalidade de facilitar o acesso aquela informação, no caso dos bancos de imagens 2.0, a imagem propriamente dita.

E falando em descrições livres e em imagens, no próximo post vou começar a falar sobre os vídeos na web e como recurso informacional. Até lá.


REFERÊNCIAS


BARBIERI, Cristina Correia Dias; INNARELLI, Humberto Celeste; MARTINS, Neire do Rossio. Gerenciamento eletrônico de documentos: criação de um banco de informações e imagens no Arquivo Permanente da UNICAMP. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS BIBLIOTECAS CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO E MUSEUS,1.,2002. Textos... São Paulo: Imprensa Oficial, 2002. p.53-66.

SILVA, Rosi Cristina da. O profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco. Disponível em: http://moodleinstitucional.ufrgs.br/file.php/10743/AULA_4_Fotografia_tradicional_digital/Bibliotecario_foto.pdf. Acesso em: 30 abr 2010

Olhando as velhas fotos que eu bati

A questão "mágica" da fotografia, introduzida no post anterior, foi cada vez mais sendo deixada de lado, como bem coloca Oliveira (2006, p.3): "Com o surgimento da fotografia digital, no final dos anos 1980, todo o glamour conquistado pela fotografia analógica tende a entrar em declínio. A evolução dos equipamentos digitais aponta para o aniquilamento gradual da fotografia analógica nos próximos anos."
O que surge agora é uma preocupação com o que será da preservação da memória, já que as ações humanas, a existência humana parece, ao mesmo tempo em que consegue de alguma maneira se perpetual com o avanço da tecnologia, se tornar de certa forma mais fugaz.
Uma mudança nisso é a quantidade de fotos que se tem de um único evento, de uma viagem, antes algo com mais valor, onde as pessoas paravam para uma foto e se saíam "feias" ou em alguma situação cômica, não havia como refazer a foto, só rasgando a "prova do crime" depois. Até os anos 2000, pensando na maioria da população, o único modo  de obter uma foto era com a tradicional revelação dos filmes nas lojas responsáveis, com a disseminação da máquina digital, em apenas um passeio de uma hora, uma pessoa consegue tirar mais de 100 fotos! Com a possibilidade de apagar o dobro desse número, já que a cada vez que considera que saiu mal na foto, tira outra e outra, e outra, até atingir "a perfeição".
Ainda com essas possibilidades, não satisfeita, essa pessoa pode ir para um editor de fotos e tirar suas espinhas, suas rugas, um sinal, e por aí vai. 
Recentemente houve a polêmica das fotos na Playboy de Cléo Pires, que afirmou na mídia que faria questão que suas fotos não fossem tratadas no Photoshop e no Brasil começam as discussões que já estão acontecendo em outros países também. Um projeto de lei prevê até mesmo uma salgada multa para as campanhas publicitárias que não indicarem o uso do editor de fotos nas imagens manipuladas. Leia mais: http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=467269

O problema não está exatamente no uso de técnicas para editar as imagens, Oliveira (2006) e BOONE (2007) em seus artigos, afirmam que as edições sempre existiram, mas chegaram a um nível perigoso com a fotografia digital. "
A má utilização da fotografia nos dias de hoje acarretará, sem duvida, enormes prejuízos para a documentação e as pesquisas futuras, comprometendo a memória e a ética da fotografia" (OLIVEIRA, 2006, p. 5).

Tanto para um, quanto para outro, esse avanço atinge a ética da fotografia, interferindo na credibilidade da foto, destruindo sua função de memória: 
[...]se até há pouco tempo a fotografia era uma referência para a ação de guardar o tempo como registro do presente para o futuro, essa idéia já não cabe nos conceitos da fotografia digital, que manipula toda e qualquer realidade e, de uma certa forma, engana o espectador com recursos que possibilita transformar a imagem original e criar uma ilusão daquilo que poderia ter sido o objeto retratado" (BOONE, 2007, p.17)
Exemplos de manipulações de imagens Imagens: http://www.simplismentephotoshop.com/2009/11/famosas-e-o-photoshop.html




Logo, a preservação da memória está atrelada ao tratamento que a foto recebe, que não pode interferir na sua natureza, e isso também se aplica no modo como ela é armazenada para sua preservação.

O tratamento e a preservação das imagens serão tratados juntamente com o surgimento de banco de imagens virtuais, no mesmo horário e no mesmo canal. 
Até o próximo post.

Fica uma lista de indicação de alguns sites de fotografia, alguns específicos de grandes fotógrafos: 
Pierre Verger.org
Tudodefotografia.blogspot
28mm
Olhave.com.br
Brettwestonarchive.com


À esquerda Pierre Verger e suas fotos, ao centro Roberto Capa e à direita Chartier Bresson. Fotos: Google Imagens. Montagem da autora do blog.


REFERÊNCIAS

BOONE, Silvana. Fotografia, memória e tecnologia. Conexão - Comunicação e Cultural, Caxias do Sul. v.6, n.12. jul./dez., 2007. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conexao/article/viewFile/160/151. Acesso em 30 out. 2010.

OLIVEIRA, Erivam Moraes de. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. BOCC. Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, Portugal, 2006. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-erivam-fotografia-analogica-fotografia-digital.pdf. Acesso em: 30 out. 2010.

Música que deu origem ao título do post: Tequila Baby - Velhas Fotos: http://www.youtube.com/watch?v=5b19z8qiuqc

Fotografias recortadas em jornais de folhas amiúde

Um chavão da publicidade bem conhecido: "Imagem não é nada. Sede é tudo."
O comercial do refrigerante Sprite tentava descontruir a linguagem da publicidade tradicional, onde realmente a imagem é tudo. Mas não seria essa tática mais uma forma de manipulação por meio da imagem? Enfim, não cabe aqui discutir sobre discursos (soa até meio estranho) metalinguísticos na publicidade.
Onde quero chegar?
No papel e poder que a imagem exerce sobre comportamentos, percepções acerca do mundo e do meio em que vivemos. A imagem pode ter inúmeras conotações, desde uma simples fotografia, um desenho em uma aula de educação artística, uma pintura pré-histórica, um santo (sim, muito se refere a uma imagem de tal santo), também pode se referir a uma idéia, um significado mais abstrato: "imagem de bom moço, imagem de honesto". A imagem pode também estar ligada à moda, a como uma pessoa se veste ou como se comporta.

Mas qual o foco aqui então?
Entre tantos tipos de imagens vou falar mais especificamente sobre a tradicional fotografia, que talvez não seja tão "simples" quanto me referi no parágrafo anterior, e como ela pode estar inserida na área da informação, seja: a) por seu uso, b) seu tratamento ou c) sua preservação.

Que tal dar uma olhada neste link antes (sem olhar os comentários e a descrição da foto!!): Imagem não é nada?

Olhou? E agora? O que teria a comentar? Olhe de novo e veja os comentários e a descrição.
Num primeiro momento o título já indica perfeitamente (e ironicamente) qual o conteúdo da foto, mas isso é apenas um pouco de toda uma realidade que a foto traduz.

Uma foto está impregnada de informação e sua importância é indiscutível. Desde o seu início, no início do século XIX, o mundo da fotografia foi permeado de polêmicas e, porque não, de misticismo. Alguns pensavem inclusive que sua alma poderia ser aprendida com uma foto, ficaria presa então no papel. (BOONE, 2007).

Como Oliveira (2006) destacou em seu texto, foi o fotojornalismo, no século XX, que retirou a fotografia tradicional de seu sossego. Levaram 100 anos para que os processos iniciais se modificassem e, no entanto, em menos de 20 anos, vemos um progresso muitas vezes superior a esse, num intervalo de tempo muito menor. Essa relação entre o tempo e a evolução das tecnologias já foi comentada nos posts sobre os blogs, mas merece também referência aqui pois a fotografia é elemento-chave do mundo atual. A fotografia digital surgiu até mesmo antes das ferramentas e, ao que parece, trouxe consigo, principalmente no que se refere ao jornalismo, a noção de instantaneidade que faz base à todas as demais ferramentas.

Nos fotologs (tema que não foi tratado com especificação aqui neste blog) a questão da imagem é bem enfatizada e mostra um aspecto de banalização da fotografia tendo o fotolog como uma ferramenta basicamente narcisista: "Ver e ser visto na internet, esta é a frase de ordem atualmente" (FRANÇOIS; GARRIDO, 2007, não paginado). 

Os autores expõem melhor a questão do egocentrismo trazendo o posicionamento de Gilberto Dupas: "Na atual cultura do narcisismo e da exaltação gloriosa do eu, as mídias se destacam como instrumentos fundamentais para a afirmação egóica. A cultura da imagem é o domínio da aparência como possibilidade de sedução e fascínio do outro" (DUPAS, 2003* apud FRANÇOIS; GARRIDO, 2007).

Seguindo a linha de raciocinio da projeção do EU virtual, um aspecto que os autores também destacam é a questão da memória, como os indivíduos que se utilizam de ferramentas como flogs constrõem sua idéia de memória por esses meios:
[...]construir uma identidade, uma memória virtual na percepção de outro gera ao individuo a garantia de uma sensação de sobrevivência na memória virtual do espectador, e consequentemente a idéia de ter sido registrado enquanto alguém único, com valores e subjetividades próprias na percepção de outra pessoa [...] (FRANÇOIS; GARRIDO, 2007, não paginado).
Pensar que, mesmo os adolescentes em seu estado de egocentrismo, tem uma noção de memória já entra nas duas outras áreas da informação citadas acima: tratamento e preservação.

Sobre isso, falarei mais no próximo post.

*DUPAS, Gilberto. Tensões Contemporâneas entre o público e o privado. São Paulo: Paz e Terra, 2003.


Mùsica que deu origem ao título do post: Chão de Giz - Zé Ramalho

REFERÊNCIAS

BOONE, Silvana. Fotografia, memória e tecnologia. Conexão - Comunicação e Cultural, Caxias do Sul. v.6, n.12. jul./dez., 2007. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conexao/article/viewFile/160/151. Acesso em 30 out. 2010.

FRANÇOIS, Elias; Susane, GARRRIDO. O universo virtual: o fotolog como novo espaço de sociabilidade. In: Congresso Internacional de Qualidade em EAD. São Leopoldo, 2005. Disponível em: www.ricesu.com.br/ciqead2005/trabalhos/30.pdf. Acesso em: 30 out. 2010.

OLIVEIRA, Erivam Moraes de. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. BOCC. Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, Portugal, 2006. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-erivam-fotografia-analogica-fotografia-digital.pdf. Acesso em: 30 out. 2010.

Do Ver

“Para mim, a História é isso, o tempo em que minha mãe viveu antes de mim[...]Nenhuma anamnese jamais poderá me fazer entrever esse tempo a partir de mim mesmo[...]ao passo que, contemplando uma foto em que ela me estreita, criança, junto dela, posso despertar em mim a doçura enrugada do crepe da China e o perfume do pó-de-arroz.”(BARTHES, 1989, p.98)
Ainda que Roland Barthes faça uma crítica às fotos comuns, que hoje em dia perderam seu glamour, em seu livro A Câmara Clara, onde faz uma reflexão sobre a imagem fotográfica, ele reconhece a incrível capacidade de uma foto despertar sentimentos. Para ele a essência do sujeito se perde em uma foto mecânica o tornando apenas um objeto, porém esse instante congelado em um papel (suporte mais raro hoje em dia), permanece exercendo seu papel na conservação da memória, tanto individual como coletiva.

Foto: Cartier Bresson
Qual a importância da imagem e o papel que uma fotografia desempenha na vida de cada um?  Infelizmente com a popularização das máquinas digitais a fotografia parece ter perdido um pouco o seu aspecto mágico, editores de foto transformam a realidade e mostram uma fantasia, uma montagem, tirando muito do real objetivo da foto. 

Garotas querendo a perfeição da beleza que vêem nas revistas, estereótipos de mulheres, tiram dezenas de fotos de si mesmas, numa força egocêntrica de mostragem pública na internet, fotos essas que não iram fazer parte de memória alguma e que têm tempo de vida minúsculo. “Nunca o ser humano produziu tantas fotografias e nunca teve tão poucas lembranças para o futuro” (ABBOTT, 2005, online).

Ainda bem que alguns fotógrafos, profissionais ou amadores, remam contra a maré e se esforçam em conservar a magia de tirar uma fotografia e fazer dela algo especial, com uma significação, como na foto de Bresson, onde ele capta com suas lentes o instante único antes do pé se fundir no espelho d'água.

Esses e outros aspectos, de forma geral, serão abordados nos próximos posts.

REFERÊNCIAS

ABBOTT, Jonatas. Geração Sem Memória - Fotografia Digital. Disponível em: http://www.baguete.com.br/colunasDetalhes.php?id=1703. Acesso em: 30 out. 2010.

BARTHES, Roland. A Câmara Clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.