terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jornais digitais internacionais

Mas e se os jornais não forem mais impressos?

O primeiro aspecto que me vem na cabeça seria a economia de papel. Aliás, poderia se pensar que colocar qualquer material que seja para o meio virtual reduziria consideravelmente o consumo de papel, logo a derrubada de árvores ou a necessidade de se utilizar o meio ambiente de forma desenfreada com a produção de determinadas árvores. Mas porque em alguns momentos parece que isso na realidade não funciona?

Veja os números do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC):
De acordo com a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), a produção brasileira de celulose em 2002 foi de 8 milhões de toneladas, sendo que 30,4% desse volume foi exportado (principalmente para a Europa, Ásia e América do Norte. A produção de papel ficou em 7,7 milhões de toneladas, 13,4% para exportação. Na última década, o setor ampliou as exportações de US$ 1 bilhão em 1990 para US$ 2,1 bilhões em 2002, mais de 100%. E para exportar ainda mais, até 2012 pretende investir US$ 4,4 bilhões e dobrar a área reflorestada, de 1,4 milhões para 2,6 milhões de hectares (86% de crescimento). (IDEC, online)
Bom, supondo que o meio ambiente fosse beneficiado com a não-impressão de tantos jornais, qual seriam os pontos negavitos? Penso que a tendência a colocar a vida inteira numa máquina vi modificar o perfil da humanidade. Certamente não existirá mais o prazer de sentar em um padaria, na livraria, pedir um café e folhear as notícias matinais, ou no final da tarde. Pode parecer algo apenas "nostálgico" e há quem defenda que não cabe mais ter esse tipo de apego dentro de uma sociedade que está sim adquirindo outras características, a exemplo dos brinquedos antigos (peões e bonecas de pano) que hoje são apenas peça de museu no meio de crianças cada vez mais vidradas em telas de computadores. 

No entanto, é fato que esse contato exagerado com as tecnologias prejudicam a saúde do ser humano. Logo, as consequencias desse uso descontrolado de telas, será sentido nas próximas gerações.
Além do que, o contato com um aparelho acaba modificando todas as demais rotinas de uma pessoa, incluindo seus hábitos mais peculiares e "caseiros". 

Acho que é uma sociedade que talvez venha a se tornar mais fria e com relações mais superficiais, tal qual é a fugacidade do meio eletrônico. E falando em fugacidade, não podemos esquecer que o meio digital ainda está em fase de "teste" no que diz respeito à sua durabilidade e seu uso como preservação da memória. 

Não se sabe se esses equipamentos e midias irão suportar a ação do tempo conservando a historia da humanidade tal qual os papiros e pergaminhos da antiguidade. 
Esse é um dos riscos de quem quer acabar com os meios físicos e transformar o mundo todo numa realidade virtual. As tecnologias precisam coexistir com os antigos meios de forma que nenhum prejudique a existência do outro no que cabe sua funcionalidade mais importante. 

Por enquanto o que me parece é que os jornais digitais têm apenas a função de serem mais eficazes para disseminar uma informação, não para guardá-la. Os jornais internacionais, mais abrangentes, precisam investir e estudar como farão para lidar com esses impasses.

O profissional da informação precisa estar atendo a essas transformações da sociedade, afinal,  está inserido, enraizado diretamente com ela. 

Um exemplo dessas mudanças sociais, é uma notícia do ElPaís.com, que traz dois mendigos que resolveram pedir dinheiro para pagar seus vícios na rua, e inusitadamente, na internet. Eles fizeram até perfil do Facebook. Ligados nas mudanças, os dois mendigos são honestos e modernos. Porque o bibliotecário não pode ter essa consciência também? Promover seu trabalho, sua profissão, mostrar sua cara. 
Os jornais eletrônicos podem manter o profissional atualizado, o que é de extrema necessidade, colocá-lo mais próximo das ferramentas da web 2.0 com a agregação de twitter, redes sociais, wikis e outros; pode nortear para possíveis ações com relação ao que está acontecendo no mundo.




REFERÊNCIAS

IDEC. O lado escuro do papel. Disponível em: http://www.idec.org.br/rev_servicosambiente.asp. Acesso em 12 nov. 2010.

El País. Vagabundos, SA. Disponível em: http://www.elpais.com/articulo/madrid/Vagabundos/SA/elpepiespmad/20101117elpmad_8/Tes. Acesso em: 15 nov 2010.


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