terça-feira, 14 de setembro de 2010

Avaliação Prática do blog da Biblioteca Central da UFRGS


INFORMAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS

  Critérios para Avaliação de Blogs

Blog: Biblioteca Central da UFRGS 


Parâmetros gerais
Tipologia do blog (pessoal, institucional): Institucional
Têm objetivos concretos e bem definidos?    Sim
Se os objetivos estão definidos, os conteúdos se ajustam a eles?    Sim
Existe uma política editorial de aceitação de contribuições?    Existe uma orientação, mas não chega a ser uma política.
Tem domínio próprio?    Não
Tem uma URL correta, clara e fácil de recordar?    Sim
Mostra, de forma precisa e completa, que conteúdos ou serviços oferece?    Sim
A estrutura geral do blog está orientada ao usuário?    Sim
É coerente o desenho (layout) geral do blog?    Sim
É  atualizado periódicamente?    Sim
Oferece algum tipo de subscrição?    Sim 


Identidade, informação e serviços
A  identidade do blog é mostrada claramente em todas as páginas?    Sim
Existe informação sobre (s) criador(es) do blog?    Informações sobre colaboradores, que não são necessariamente criadores.
Existe um logotipo?    Sim
O logotipo é significativo, identificável e visível?    Sim
Existe alguma forma de contato com os responsáveis pelo blog?    Sim
Nos posts:   
- é mostrada claramente informação sobre o autor?    Em partes
- é mostrada claramente a data de publicação?    Sim
- oferece links permanentes?    Sim
É dada informação sobre número de usuários registrados e convidados?    Não
Existe um calendário de publicação?    Não
Existe um arquivo onde consultar posts anteriores?    Sim
Existe alguma declaração ética?    Não
Oferece links para outros blogs?    Sim
Oferece links externos a outros recursos de informação?    Sim
Apresenta uma lista de palavras-chave para cada post?    Não
Está traduzido em outros idiomas?    Não
Existe algum tipo de controle sobre conteúdos polêmicos?    Certamente a moderação é feita através dos colaboradores
Possui uma seção de ajuda?    Não
O link da seção de “Ajuda”  está colocado em uma zona visível?    Não se aplica
Oferece uma vista prévia antes de publicar?    Não
Existe algum tipo de buscador?    Sim
O buscador encontra-se  facilmente acessível?    Sim
Permite a busca avançada?    Não
Mostra os resultados de forma compreensível para o usuário?    Sim
Dispõe de ajuda para realizar a busca?    Não
Qual o número médio de comentários? (calcular sobre os 10 últimos posts).    Não há 


Estruturas e navegação
A estrutura de organização e navegação está adequada?    Sim
Tem algum sistema de navegação distinto da navegação por datas?    Não
Os posts estão classificados tematicamente?    Não
Que número de clics são necessários para ver os comentários aos posts?    Nenhum, não há.
Que número de clics são necessários para fazer comentários aos posts?    Nenhum, não há.
Os links são facilmente reconhecíveis como tais?    Sim
A caracterização dos links indica seu estado (visitados,    Não
ativos etc.)?   
Existem elementos de navegação que orientem o  usuário sobre onde está e como desfazer sua navegação?    Não
Existem páginas “órfãos”?    Não 


Layout da página
São aproveitadas as zonas de alta hierarquia informativa da página para conteúdos de maior relevância?    Não
Foi evitada a sobrecarga informativa?    Sim
É uma interface limpa, sem ruído visual?    Sim
Existem zonas em “branco” entre os objetos informativos da página, para poder descansar a vista?    Sim
É feito um uso correto do espaço visual da página?    Em sua maioria sim
É utilizada corretamente a hierarquia visual para expressar as relações do tipo “parte de” entre os elementos da página?    Sim 


Acessibilidade
O tamanho da fonte foi definido de forma relativa?    Não
O tipo de fonte, efeitos tipográficos, tamanho da linha e alinhamento empregados facilitam a leitura?    Não
Existe um alto contraste entre a cor da fonte e o fundo?    Não
Inclui um texto alternativo que descreve o  conteúdo das imagens apresentadas?    Não
O site web é compatível com os diferentes navegadores?    Sim
Visualiza-se corretamente com diferentes resoluções de tela?    Sim
Pode-se imprimir a página sem problemas?    Sim 


Visibilidade
Link: Google.    Sim
Link: Yahoo.    Não
Link: MSN.    Não
PageRank    Sim
Twitter    Sim
YouTube    Não
Orkut    Não
Facebook    Não
Unik    Não

Avaliação global (comentário pessoal)

Adaptadas do artigo de avaliação de blogs com conteúdo acadêmico e de investigação na área de Documentação de Sonia Jimenez Hidalgo e Javier Salvador Bruna, as perguntas estruturam os critérios definidos como norteadores para uma avaliação mais sólida de uma das mídias digitais mais populares. Nas questões gerais da configuração do blog, aspectos informativos sobre a autoria, serviços e informações contidas o blog avaliado satisfaz os critérios através de identificação dos colaboradores, objetivos, url condizente com a Instituição a que representa. No quesito layout e estrutura geral de apresentação e navegação, a avaliação também atinge o mínimo esperado. A apresentação de fontes, cores, espaçamentos, links e a disposição de ferramentas está em modo simples, mas a vantagem fica por conta de que não há poluição visual. Na polêmica questão da acessibilidade, critério obrigatório pelo Decreto Lei número 5.296, mas que ainda é ignorado pela maioria das Instituições o blog também se assemelha a maioria, não há textos alternativos nas imagens e nem um correspondente em formato texto, tampouco ferramentas específicas para isso. O blog segue o padrão fornecido pela Blogger por isso contém certas limitações. Não disponibiliza comentários, nem tag aos posts o que dificulta a interação, mas de forma geral é atualizado frequentemente com informações relevantes e condizentes ao seu objetivo, além de possui um layout não desagradável. Deve explorar mais maneiras de comunicação.

Avaliado por: Aliriane Ferreira Almeida
Data da avaliação:13 set. 2010

Fonte de Referência

 
Adaptado de: JIMÉNEZ HIDALGO, Sonia; SALVADOR BRUNA, Javier.  Evaluación formal de blogs con contenidos académicos y de investigación en el área de documentación. El Profesional de la Información, v.16, n. 2, p. 114-122, mar./abr. 2007.



E os critérios de avaliação?

Falei bastante sobre avaliação de blogs, a qualidade dos blogs, problemas de autoria, confiabilidade, autenticidade, construção coletiva do conhecimento, ferramentas para avaliar blogs, devido sistema de referência das fontes e outros aspectos, mas como esquematizar tudo isso?

E será que não está ficando nada de fora?

O blog é uma ferramenta da web 2.0, uma ferramenta para comunicação, um meio. Sua plataforma é a  internet. Mas o que caracteriza os serviços oferecidos dentro da web 2.0? O que caracteriza a internet de um modo geral?

Será que, além da qualidade de conteúdo a apresentação de um site, de um blog, de uma rede social, sua funcionalidade e acessibilidade não estão em jogo?
Até aqui nada se havia falado sobre esses aspectos, mas eles não são de forma alguma menos importantes, pelo contrário.

Hoje em dia as pessoas não querem esperar, querem informação no minuto em que clicam em um link.

Quer um exemplo prático?

O Google Analytics, ferramenta que agregada a um site coleta todas as informações possíveis gerando diversas estatísticas de acesso, trabalha com a taxa de rejeição. Através dessa "variável" ele consegue saber quanto tempo o usuário fica na página e indicar o que deve ser melhorado nos aspectos de funcionalidade das páginas:
Taxa de rejeição é a porcentagem de visitas de páginas únicas ou visitas nas quais a pessoa saiu do seu site na página de entrada (destino). Use essa métrica para medir a qualidade da visita - uma taxa de rejeição alta geralmente indica que as páginas de entrada do site não são relevantes para os visitantes. Quanto mais atrativas forem suas páginas de destino, mais tempo os visitantes permanecerão no seu site e se transformarão em clientes. (GOOGLE, online)
Na área de webdesign existe toda a teoria de como elaborar um site atrativo e funcional. Se a página não se destacar, devido à grande disponibilidade de informação e de páginas distantes apenas um simples clique, certamente ela será descartada da lista de fontes de informação daquele usuário. É o que se poderia chamar de "mercado", e um mercado tenso e informações. O uso das fontes de informação deve ser feito  com muito cuidado para que sejam filtradas por critérios de avaliação que analisem tanto conteúdo quanto a apresentação da informação, assim é necessário que a informação esteja bem organizada e depois seja apresentada de forma agradável ao usuário (TOMAÉL, 2001).

Por esses motivos, cada vez mais, ferramentas como Google Analytics dão os nortes de como apresentar seu produto/informação de uma forma eficaz, principalmente quando dessa apresentação resulta o ganho de dinheiro.

Link para uma apresentação do Google Analytics (em inglês): http://www.google.com/intl/pt-PT/analytics/tour.html

Alguns autores esquematizaram critérios de avaliação para sites e blogs que irão orientar a avaliação do blog da Biblioteca Central no próximo post, que encerrará a parte sobre avaliação de blogues. Esses critérios são bem abrangentes e se constituem numa importante forma de, por exemplo, pesar numa balança a funcionalidade e qualidade de grupos específicos de sites/blogs.
Primeiro apresento parte da caractegorização para avaliação de blogs dada por Alvim(2007) onde são identificados critérios, dentro deles parâmetros e para esses alguns indicadores.(Clique para visualizar melhor)
Quadro 1: Alguns critérios de avaliação utilizados por Alvim (2008)

Os critérios utilizados por Hidalgo e Bruna foram (simplificadamente):
- Parámetros generales: donde se definen aspectos globales relativos al diseño, estructura, identidad, url y objetivos.
– Identidad, información y servicios: en la que se abarca todo lo referente a la presencia de contenidos e identificación de autores y responsables, así como servicios de ayuda y búsqueda de información.
– Estructuras y navegación: fundamentalmente, haciendo referencia a aspectos relativos a usabilidad.
– Lay-out de la página: que tiene que ver, del mismo modo, con la usabilidad y su aspecto general. – Accesibilidad: en el que se incluyen las validaciones de css, html/Xhtml, y se aplica el Test de Accesibilidad Web (TAW). (HIDALGO; BRUNA, 2007, p.118)

Tomaél (2001), após dois anos de pesquisa chegou a alguns critérios entre os quais:

a) informações de identificação - dados detalhados da pessoa jurídica ou física responsável pelo site de forma a identificá-la plenamente:
- Endereço eletrônico (URL) do site definindo clara e objetivamente a autoria ou o assunto do qual trata a fonte;
- E-mail do site (organização que disponibiliza a fonte) diferente do e-mail da fonte de infor-mação;
- Título da fonte de informação claro e preciso, além de informativo; [...]
b) consistência das informações - detalhamento e completeza das informações que fornecem:
- Cobertura da fonte, abrangendo informação de toda a área que se propõe;
- Validez do conteúdo, isto é, sua utilidade em relação aos propósitos do usuário final;
- Resumos ou informações complementares como elementos que realmente contribuam para a qualidade; [...]
c) confiabilidade das informações - investiga a autoridade ou responsabilidade:
- Dados completos de autoria como mantenedor da fonte, podendo ser pessoa física ou jurídica;
- Autor, pessoa física, reconhecido em sua área de atuação, demonstrando formação/espe-cialização.
- Analisar a organização que disponibiliza o site, caso o autor da fonte pertença a ela;
- Conteúdo informacional relacionado à área de atuação do autor demonstra relevância; [...]
d) adequação da fonte - tipo de linguagem utilizada e coerência com os objetivos propostos:
- Coerência da linguagem utilizada pela fonte com os seus objetivos e o público a que se destina;
- Coerência do site onde a fonte estiver localizada com seu propósito ou assunto.
e)  links
- Links internos  -  recursos que complementam as informações da fonte e permitem o acesso às informações e a navegação na própria fonte de informação:
- clareza para onde conduzem;
- tipos disponíveis: anexos, ilustrações, informações complementares, outras páginas do site;
- atualização dos links, apontando para páginas ativas;[...]
f) facilidade de uso - facilidade para explorar/navegar no documento:
- Links:
- que possibilitem fácil movimentação página-a-página, item-a-item, sem que o usuário se perca ou se confunda;
- links suficientes na fonte, que permitam avançar e retroceder;
- Quantidade de clics para acessar a fonte e a informação:
- da página inicial do Site até a fonte: recomendável três ou menos clics;
- da fonte à informação: recomendável três ou menos clics;[...]
g) lay-out da fonte - mídias utilizadas:
- As mídias utilizadas devem ser interessantes;
- Tipos de mídias utilizadas: imagens fixas ou em movimento e som;[...] (TOMAÉL, 2001, p. 9-12)
E se ainda resta alguma dúvida de porque tanta importância para a avaliação dos conteúdos que se apresentam em sites, blogs e afins é só pensar num dado recente, de que um grande número das pesquisas realizadas na internet são sobre saúde, desparelho a esse número é a qualidade dos sites que são, em sua maioria, alheias ao código de ética médico.

Essas informações foram retiradas da edição de 03 de novembro do Jornal Futura, Telejornal do Canal Futura. Confira no vídeo abaixo:



Se visto por esse lado não restam dúvidas de que um melhor controle do que é disponibilizado na internet é mister.
Confira nestes vídeos o que mais o pesquisador André de Farias Neto, da Fiocruz, fala a respeito da qualidade dos sites nessa área:

Leia também: Selo de qualidade para sites de saúde





REFERÊNCIAS

ALVIM, Luisa. A avaliação da qualidade de blogues. Comunicação no 9º Congresso da APBAD - Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 2007. Disponível em: http://badinfo.apbad.pt/Congresso9/COM105.pdf. Acesso em: 20 out. 2010.

GOOGLE. Ajuda do Analytics. Disponível em: http://www.google.com/support/analytics. Acesso em 20 out. 2010.

JIMENÉZ HIDALGO, Sônia; SALVADOR BRUNA, Javier. Evaluación formal de blogs con contenidos académicos y de investigación en el área de documentación. El profesional de la información, v.16, n.2, p.114-122, 2007.

TOMAÉL, Maria Inês. et al. Avaliação de fontes de informação na Internet: critérios de qualidade. Informação & Sociedade: Estudos, v.11, n.2, 2001.

E por falar em avaliação...

 Dê uma olhada nos "Tops" --->>>> 50 Best Websites 2010 - TIME

Adaptação de ferramentas da Biblioteconomia para o meio virtual?

Então, quais seriam outros meios de avaliação da informação no meio virtual?
Poderiam ser adaptadas algumas ferramentas da Biblioteconomia para um certo "controle" da informação para garantir um pouco mais a certeza de uma fonte confiável?

Hoje em dia os bibliotecários utilizam para o processo de catalogação várias técnicas de indexação, entre elas estão catálogos de autoridades. Mas como isso funcionaria na internet? Já existe um projeto em andamento e pode ser acessado em http://viaf.org

A iniciativa é da Biblioteca do Congresso, da OCLC e Deutsche Bibliothek e se baseia em uma catálogo de autoridades online. É possível pesquisar os autores, assim como uma biblioteca possui seu catalogo de autoridades para efetuar a catalogação. A vantagem é que essa ferramenta está online e disponível para acesso na web. É a democratização de uma ferramenta utilizada exclusivamente por bibliotecários servindo para uma possível melhora nos processos de busca da informação no meio virtual. 

A catalogação de um modo geral está passando por novas adequações e uma idéia diferenciada, não para substituí-la, mas sim uma outra forma de "controle bibliográfico" é o FRBR – Functional Requirements for Bibliographic Records. Vale a pena ler mais a respeito. (Clique no link)

Sobre o projeto, a subdiretora da Biblioteca Nacional de Portugal fala que:
Podemos, naturalmente, encarar no futuro um ficheiro de autoridade internacional e partilhado, como sendo parte integrante da “Web Semântica”. A ideia será tornar a Internet mais inteligente para navegação automática, o que envolve a criação de uma infra-estrutura de recursos ligados e o uso de vocabulários controlados, aquilo que se designa por “ontologias”. Estas ontologias podem ser usadas para permitir apresentações ou visualizações na língua e escrita do utilizador. (CAMPOS, 2003?, online)
Mas a princípio essa ferramenta  seria utilizada apenas por pequisadores, no máximo alunos de graduação, permanecendo a um grupo restrito caso nao se popularize. Sabemos que ser popular na internet, hoje, é ser Google. Todas as novas idéias e ferramentas que surgem pela internet a Google compra mais cedo ou mais tarde.

Infelizmente é preciso pensar que, tendo sua funcionalidade reconhecida, seria interessante que houvesse algum tipo de relacionamento entre as ferramentas Google e as ferramentas da biblioteconomia, assim os usuários só teriam a ganhar.

Ainda que, hoje em dia, a Web não ofereça grande quantidade de informação controlada, devemos desenvolver esforços para que se possa funcionar no caos … com alguma ordem e, sobretudo, compete às bibliotecas e aos bibliotecários dar aos utilizadores a opção de uma pesquisa mais fiável, se eles assim o quiserem. ( CAMPOS, 2003?, online)

REFERÊNCIA
CAMPOS, Fernanda Guedes de. Controle de autoridade: novos contextos e soluções [2003?]. Disponível em: http://purl.pt/331/1/docs/comunicacao/12manha/controlodeautoridade.doc. Acesso em: 02 set. 2010.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Onde a avaliação do Google influencia?

Como pode-se ver nos posts abaixo, a avaliação nas mídias alternativas é feita quase que em sua totalidade a partir do usuário, da comunidade virtual/digital. Seja por avaliação direta, através de estrelinhas (modo antigo de avaliação no Youtube ainda usado por sites de notícias, por softwares de música, por sites de vendas e outros onde o usuário clica em estrelas para demonstrar sua satisfação com a informação que acessou, seguindo a idéia dos "hotéis cinco estrelas", quanto mais estrelas, melhor a informação), seja través de cliques em "gostei" ou "não gostei" e outros no mesmo estilo, ou então por avaliação indireta, que seria o modo de ranking do motor de busca google onde linkando e tendo sua página linkada os usuários vão, indiretamente, avaliando e sendo avaliados.

Esse "status" nos resultados do Google assume uma importância enorme a partir do momento em que a grande parte das pessoas acessa apenas os primeiros resultados e, obtendo uma informação apenas suficiente, termina ali sua busca.

Já existem sites com propagandas objetivando exclusivamente uma melhora nesse ranking. No estilo de "saiba como emagrecer 10Kg em dois dias, comendo o que você quiser", eles garantem sucesso ao site a partir do aprimoramento de vinculação do seu site. Entre algumas dicas apresentam o equivalente à "auto-citação", que pode fazer o site retornar como um dos primeiros, no entanto não confirma sua qualidade.

Esse tipo de técnica está se propagando no meio da Publicidade, como meios de marketing. Pode-se concluir a partir desses aspectos que a avaliação das fontes está intimamente ligada à visibilidade, ao sucesso e ao retorno financeiro, ao status dentro da grande rede. 

Como avaliar de forma adequada algo que começa a despertar cada dia mais mercados?

Aconteceu..

O twitter é o novo SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). Toda agência deve destacar duas ou três pessoas para trabalhar somente nisso. As mídias sociais são savanas muito secas, para pegar fogo é muito fácil. Destruir uma marca leva dois minutos.
Essas foram as palavras do sócio e diretor geral de criação da AlmapBBDO, Marcello Serpa, ao se referir à importância da interação no meio digital, no evento que aconteceu em Porto Alegre neste dia 01 de setembro: Mídia Show: integração digital.

O evento debateu sobre debate sobre como as novas formas de comunicação têm afetado as mídias tradicionais e as estratégias de posicionamento das marcas atualmente.

Com um olhar voltado para o mercado de marketing e comunicação o evento trouxe questões muito relevantes para a área da Ciência da Informação, afinal, não há comunicação sem informação e esta sem a primeira perde sua finalidade.

E onde a avaliação das fontes na internet entra nessa história?

O Marketing está intimamente ligado à avaliação de fontes. Como foi visto no post sobre o sistema de busca do Google e a partir dessa fala de Serpa sobre o twitter pode-se pensar a respeito de como são avaliados os sites, os meios de visibilidade que eles se utilizam e tudo isso, esse uso de informação irá desaguar nas publicidade de um site, de uma empresa, de uma marca. E o evento cabe estar aqui também pois trata sobre como essas mídias alternativas estão afetando as mídias tradicionais.

Confira mais sobre o painel de Marcello Serpa em: A idéia ainda é tudo e mais sobre o evento em: MídiaShow 2010

Qualidade na WEB 2.0?

Nos post anteriores falei um pouco sobre avaliação de mídias, algumas ferramentas para avaliar as novas ferramentas de construção colaborativa mas não contextualizei a questão principal: afinal, como e porque avaliar as fontes de informação da internet?

As fontes na internet são várias, mas aqui o foco são as mídias digitais. 
Por onde começar a pensar? 
Ao contrário das mídias tradicionais, com sua "reputação" bem consolidada, as novas ferramentas da WEB 2.0 tem grandes problemas no que diz respeito a sua qualidade e confiabilidade, entre esses problemas está a autoria.

Claro, um cientista pode ter um blog e isso, certamente, agregará valor a essa fonte de informação mas e quanto aos demais?

Conforme Alvim (2007), é a capacidade de selecionar informação com qualidade que determinará o êxito do indivíduo na sociedade do conhecimento (mais avançada que a sociedade da informação) e essa qualidade é determinada pela capacidade de satisfazer as necessidades de informação desse indivíduo. A partir dessa afirmação o que se pode perceber é que uma coisa engendra a outra.

No sentido da autoria e da organização, por exemplo, algo que começa a surgir é o IBSN, à semelhança do ISBN, um número que identifica um periódico, agora um número identifica um blog. Essa ferramenta tem o objetivo de garantir o direito dos autores sobre a informação publicada, facilitando a referenciação dos conteúdos do blogue (SOUSA et al., 200?). Mas apesar dessas "certificações" que os autores podem buscar para agregar valor as informações que publicam, serão os leitores que determinarão o sucesso de cada blog. A qualidade então será definida de baixo para cima.

Primo (2010) destaca sobre a questão da autoria que, nesse tipo de construção do conhecimento, ganha força a livre criação e a organização distribuída de informações compartilhadas por associações mentais. Para o autor, o que importa nessas ferramentas não é a especialização individual: a credibilidade e a relevância dos conteúdos virão a partir da constante dinâmica de construção e atualização coletiva. Ou seja, mil olhos atentos a corrigirem erros de publicação serão responsáveis pela confiabilidade da informação e não mais um único profissional especializado será reconhecido por isso.

Mas Primo também dirá que esse processo não exclui a regulação e as relações de poder e traz o que poderia se chamar de Gestão Coletiva do Trabalho Comum, uma conscientização de todos para evitar vândalos, confusões, erros e outros problemas comuns. Nesse sentido entra a moderação na web, necessária pois, como em qualquer outro tipo de publicação mas nesse tipo de construção em especial um fator que ganha destaque, como bem se refere o autor: "a coletividade não é composta só de altruístas" (PRIMO, 2010, p. 18).

Por esses "problemas" na construção colaborativa de conhecimento, na grande disponibilização de informação num universo tão grande quanto a imaginação possa ter limites é que se faz necessária a avaliação, a criação de estratégias para conseguir tornar mais eficaz o processo de busca da informação na web pois, "sem uma boa organização um blog é apenas mais um ruído no meio do barulho da multidão" (SOUSA et al. 2007, p. 94).

Na problemática da autoria a preocupação é também com a cópia e uso indevido das informações disponibilizadas pois diante de tanta variedade se torna impossível pedir autorização para uso de todas. A discussão nessa área é muito focada na questão dos direitos autorais e propriedade intelectual e foge um pouco da proposta deste espaço, assim, no blog Cópia na Pasta, é possível encontrar mais informações sobre essa temática. 

Sobre a Wikipédia...
Um exemplo prático da questão da autoria é a polêmica  que gira em torno de citar ou não citar a Wikipédia nos trabalhos acadêmicos. Com sua natureza de construção colaborativa a Wikipédia perde seu status se for comparada às grandes enciclopédias tradicionais, mas, no entanto, existem controvérsias a respeito. 

Alguns professores e pesquisadores ainda estão receosos quanto à confiança que se pode depositar numa ferramenta onde a autoria não é uma pessoa, não é um pesquisador renomado, e sim, toda a comunidade da WEB. Mas esse é um motivo que, ao contrário, pode fazer dela uma fonte mais confiável: como colocar algo errado se existem milhões de usuários do outro lado monitorando essa informação, prontos a todo momento corrigir uma informação errada.
São duas correntes contrárias, alguns encorajando o uso formal da Enciclopédia colaborativa exatamente para incentivar esse tipo de mídia, que é o retrato da WEB 2.0 e das novas formas de comunicação, e de outro lado alguns recomendando o inverso, que não se usem citações desse tipo pois reduz a qualidade, a seriedade e a legitimidade de um trabalho.

Incentivar o uso responsável dessas ferramentas entre usuários comuns não seria uma forma de assegurar cada vez mais a qualidade e a avaliação  "por pares"  dessas informações construídas coletivamente?

Um dado interessante é encontrado num estudo feito com professores da área das Ciências Sociais e Humanas de Portugal. Rosa (2008) apresenta que a Wikipédia é a segunda fonte de informação mais utilizada pelos professores e pesquisadores que compuseram a sua mostra (56%). Em primeiro lugar ficaram os jornais e em terceiro os blogs. Os demais resultados da pesquisa foram surpreendentes no que tange o acesso e utilização das ferramentas de comunicação da Web em pesquisadores de primeiro mundo. O autor aponta o fato de que a internet como um todo era vista como algo das "ciências duras" e por isso era uma realidade distante dos profissionais das humanas.

Mesmo com esse atraso é de se destacar os números sobre uso da Wikipédia no meio acadêmico.

Jimmy Wales (2009), o fundador da Wikipédia, numa entrevista no final de 2009 se referia a criação coletiva na internet:
A capacidade de estimular a criação coletiva é uma das características mais fascinantes da internet. Em vez de apenas inserirem informações aleatórias, as comunidades estão se unindo para construir em conjunto algo de melhor qualidade. Estamos só no começo desse processo. No futuro, muitas inovações vão surgir dessa forma.
Como ele mesmo se referiu na entrevista, o objetivo da Wikipédia é humanitário, a oferta de uma enciclopédia gratuita para todos os povos na sua própria língua.  Por esse motivo o  colaborador deveria se motivar ainda mais a escrever algo de qualidade  sabendo que a  informação que disponibilizar será útil para muita gente.

As restrições, ao que parece, se encontram baseados muito mais por uma desconfiança de um projeto tão grandioso ser sem fins lucrativos, como se não pudesse haver informação confiável oriunda apenas da boa vontade, solidariedade ou "espírito coletivo" e também num apego muito grande ao tradicionalismo.

REFERÊNCIAS 

ALVIM, Luisa. A avaliação da qualidade de blogues. CONGRESSO NACIONAL DE BIBLIOTECÁRIOS, DOCUMENTALISTAS E ARQUIVISTAS, 9. Lisboa, 2007, 21. Disponível em: http://badinfo.apbad.pt/Congresso9/COM105.pdf. Acesso em 10 out. 2010.

PRIMO, Alex . O aspecto relacional das interações na Web 2.0. E- Compós (Brasília), v. 9, p. 1-21, 2007. Disponível em: http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/web2.pdf. Acesso em: 20 out. 2010.

SOUSA, Paulo Jorge, et al. A blogosfera: perspectivas e desafios no campo da Ciência da Informação. Cadernos BAD, 2007. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/7797. Acesso em: 20 out. 2010.

WALES, Jimmy. O rival da britannica. Veja, ano 42, n. 50. dez 2009, p. 19-35. Disponível em: http://veja.abril.com.br/acervodigital. Acesso em: 01 out. 2010.

Avaliação no Google: o sistema PageRank

 Motores de busca hoje em dia ocupam o lugar das Bibliotecas, seja por disponibilizarem muito mais conteúdo, seja por estarem "abertos" 24 horas por dia.

Quem busca o Google, provavelmente, não dispõe de tempo ou de boa vontade para uma busca mais minuciosa acerca de um assunto.

O que normalmente acontece é clicar nas primeiras páginas que aparecem no resultado da busca. Qual o critério para essas páginas estarem lá? Por serem as primeiras elas deveriam ser as melhores não? As mais confiáveis.

O motor de busca do Google utiliza um algoritmo basado em modelo matemático que, de certa forma, faz a avaliação dos sites de forma semelhante ao processo de citações nos artigos científicos:
A classificação das páginas (PageRank) confia na natureza excepcionalmente democrática da Web, usando sua vasta estrutura de links como um indicador do valor de uma página individual. Essencialmente, o Google interpreta um link da página A para a página B como um voto da página A para a página B. Mas o Google olha além do volume de votos, ou links, que uma página recebe; analisa também a página que dá o voto. Os votos dados por páginas "importantes" pesam mais e ajudam a tornar outras páginas "importantes."
Sites importantes, de alta qualidade recebem uma nota de avaliação maior, que o Google grava a cada busca feita. Naturalmente, uma página importante não significa nada se não combinar com a sua busca. Assim, o Google combina os resultados de alta qualidade com a busca que você está realizando para que o resultado seja o mais relevante possível. O Google pesquisa quantas vezes a palavra procurada aparece nas páginas e examina todo o aspecto delas (e conteúdo das páginas ligadas a ela) para determinar o melhor resultado para a sua busca. (GOOGLE, online)
Bom, pelo que está escrito, entendemos que o resultado dessa busca deveria ser de uma qualidade não questionável. Um exemplo dado por um estudo realizado em Portugal é o de: se o Yahoo, que é uma página "importante", linkar diretamente (referenciar) uma página qualquer pode-se entender automaticamente que essa página é confiável e deve ser muito avaliada, "Ou seja, é a lógica de ser referido por muitos web sites ou por web sites altamente conhecidos." (FREITAS; HENRIQUE, 2001)

Mas porque, apesar dessa "perfeição", as páginas que aparecem nos resultados não são necessariamente as mais confiáveis? Infelizmente, os estudos sobre esses motores de busca no Brasil ainda estão mais concentrados na área da Matemática e Informática e não nas Ciências Sociais, principalmente na Ciência da Informação (CI), responsável pela organização e recuperação da informação.

Nesse sentido a CI pode contribuir muito no entendimento do processo de avaliação, pois o PageRank faz uma avaliação muito mais quantitativa do que realmente qualitativa, embora a qualidade do conteúdo esteja subentendida no algoritmo. Por isso, mesmo que as primeiras páginas (topo do ranking) respondam satisfatoriamente às questões colocadas pelo usuário, elas não são as mais recomendadas e confiáveis. Nesse processo também é de extrema importância a indexação.

Merlo (200?) em seu estudo afirma que existe um erro no algoritmo do Google, por mais eficiente que ele seja: "[...]páginas com mais links de entrada possuem um valor alto de ranking, sem analisar a qualidade da página que tinha este link. Ou páginas que contém um termo raro, mas não possui um conteúdo relevante também era visto como uma página mais relevante."

Em sua análise ele desenvolve e comprova que é possível aprimorar esse modelo para que os resultadors das buscas dos usuários sejam cada vez mais confiáveis, sejam melhor avaliados.

REFERÊNCIAS

GOOGLE. Por que usar o Google.  Disponível em: http://www.google.com.br/why_use.html. Acesso em: 02 set. 2010.

HENRIQUES, Cristina; FREITAS, Jorge Meneses. Information Retrieval Techniques  in  Commercial Systems. 2001. Disponível em: http://paginas.fe.up.pt/~mgi00012/docs/mgi_ari_web.pdf. Acesso em: 02 set. 2010.

MERLO, Lucas Augusto Scotta. Análise Tópica de links para buscas na Web. [200?]. Disponível em: http://www.inf.ufes.br/~scotta/files/ri/Artigo_PageRank%20_Lucas_Scotta.pdf. Acesso em: 02 set. 2010.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Algumas ferramentas para avaliação das mídias nas próprias mídias

http://antero.wordpress.com
A charge em destaque está inserida no contexto Educacional  (ver mais no  link do blog) mas apresenta uma mensagem que podemos transpor para  a realidade das mídias digitais.
Embora uma pessoa possa se auto-avaliar e, de repente, julgar útil ou boa a informação que disponibiliza , no final, é o coletivo que terá o peso maior. 

Além de avaliar, a comunidade virtual irá "votar", ou seja, decidir o que fica e o que sai, o que é bom e o que é ruim  ou o que é feio, termos utilizados pela autora Maria Inês Tomaél (2004, p.3):
No entanto, alguém que passe certo tempo surfando na Web acaba por encontrar o bom,  o  mau  e  o  feio, isto porque, devido à abertura do sistema, qualquer pessoa pode colocar qualquer tipo de informação na Internet. Não existem avaliações prévias do que é disponibilizado.
Nesse sentido existem os rankings de avaliação nas principais mídias. Os meios podem funcionar de forma diferenciada em cada um, porém, no final o objetivo se torna o mesmo.

Por exemplo: no Twitter a popularidade,  a importância e a utilidade das informações postadas por uma pessoa em seus 140 caracteres pode ser "medida" pelo número de seguidores que essa pessoa tem. No Youtube, abaixo de cada vídeo, existe um ícone bem direto "gostei desse" e "não gostei desse", mostrando a quantidade de votos para cada um. No blog uma, relativamente, nova ferramenta também permite "medir" essa característica a partir da ferramenta Seguidores

Claro, essas são algumas ferramentas da WEB 2.0 a partir das quais a comunidade virtual/digital  pode, colaborativamente, construir um critério de avaliação, no entanto, não são as únicas formas, como é visto em outros posts. 

Resumidamente, no entanto, pode-se avaliar o conteúdo, se é confiável ou não, pelos comentários feitos nos posts, vídeos e afins; pelos retornos dados pelos leitores (e quem são esses leitores); por sites onde existam links para o blog/twitter/canal de youtube) ou também pelas fontes de informação utilizadas por quem disponibiliza as informações. 

Assim como nas mídias tradicionais, deve haver uma correta referência às fontes de informação, ainda que não seja 100% dentro da forma tradicional, seguindo o seu propósito de mídia não convencional. 

REFERÊNCIAS

TOMAÉL, Maria Inês. et al. Avaliação de fontes de informação na Internet: critérios de qualidade. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.11, n.2, 2001. 2001.

Blogs, memória e outras funcionalidades


Para tratar sobre o primeiro tema proposto (blogs), farei  inicialmente um relato particular acerca dos blogs com as transformações que presenciei com o avanço da informática e onde as mídias digitais acabaram influenciando a minha vida.
Imagem: stockbrazil
A memória humana está sujeita ao esquecimento enquanto a memória das máquinas é ilimitada, dependendo de técnicas de armazenamento. (LUCAS, 1998, p. 94)
Com essa idéia, por um bom tempo as pessoas acharam que a informática, o CD e demais mídias fossem substituir o papel, as fitas e os discos, não viram assim o valor histórico de todos esses materiais e também a vulnerabilidade dos meios eletrônicos.

Há 12 anos atrás, sendo uma privilegiada entre meus amigos e colegas, eu já tinha um computador em casa com  acesso à internet. Marinheira de primeira viagem começava as minhas navegações nesse mar e com apenas 13 anos de idade, sozinha, descobria os serviços de e-mail, busca e bate-papo. Pedofilia na internet  e Google eram coisas que não se ouvia falar, e era muito difícil se encontrar material de pesquisa para os trabalhos do colégio, quem dirá trabalhos prontos. 

Assim eu começava a sofrer influência das novas tecnologias da época. O vocabulário da sociedade  iniciava suas modificações e todos íam se adaptando com termos novos da informática no seu cotidiano assim  as pessoas passaram a “[...]arquivar ou deletar algum dado na nossa mente, escanear na memória procurando algo esquecido, gravar uma informação com segurança redobrada, ou clicar no ponto certo e abrir um inesperado link hipertextual[...]”( SIBILIA, 2005, p.39)

Logo fiquei viciada na internet e a conta do telefone aumentou consideravelmente. Varava a madrugada nos chats (mIRC, ICQ). Descobri uma nova forma de amizade, a virtual, além de dar início a uma grande biblioteca com letras de música.

Foi nessa época, procurando as letras de músicas, que eu me dei conta de que todo o conhecimento do mundo estaria disponível para eu acessar e, ao contrário do que eu achava, as informações não iriam sumir e sim se proliferar. Fazia vários testes e jogava qualquer palavra, qualquer assunto nos sites de busca e observava a imensidão que esse novo mundo tinha. Tudo isso aconteceu entre meus 13 e 18 anos e essa ligação com a Internet só aumentou.  

REFERÊNCIAS 

LUCAS, Clarinda Rodrigues. Os senhores da memória e o esquecimento. Transinformação, v. 10, n.1, p. 87–96, jan/abril, 1998.

SIBILIA, Paula. A vida como relato na era do fast-forward e do real time: algumas reflexões sobre o fenômeno dos blogs. Em Questão, Porto Alegre, v.11, 2005, p.35- 51. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/110/68. Acesso em: 25 ago. 2010.

Blogs na área!

Os blogs então surgem e ficam populares, em meados de 1997, aqui no Brasil essa descoberta se deu com uma margem de dois anos de atraso.

Essa nova ferramenta começa a possibilitar então a divulgação de notícias, desabafos de dramas existenciais, divulgação de eventos, de campanha política, servem de repositórios para downloads de músicas, divulgação de obras literárias, criações intelectuais das mais diversas que não encontram espaço nos meios tradicionais, comunicaçao científica e por aí vai...

Aos 17 anos, ano 2001, dei inicio ao meu primeiro blog, eles não tinham a força de hoje em dia, eram apenas páginas pessoais para desabafos e eu encontrava muito mais páginas de menininhas falando besteiras, incluindo o meu, do que com conteúdo informativo, o que hoje em dia é mais comum. Como diz no texto adaptado por Casal (2009?) "[...] essa poderosa ferramenta ficou estigmatizada como 'meu querido diário digital'".

Os blogs eram apenas uma nova forma de diário que eu não imaginava iria crescer tanto. Eles, de certa forma, vinham com um propósito de guarda da memória, assim como seu representante fisico:
Nestes novos relatos auto-referentes assomam, também, certos ares daquela vontade tipicamente romântica de "reter o tempo"; aquela ânsia de guardar algo próprio e valioso, mas que inevitavelmente irá escapar na vertigem da aceleração contemporânea. O sonho impossível de preservar toda a miudeza que conforma a própria vida: milhões de instantes passados e enfileirados em sua duração até o presente. (SIBILIA, 2005, p. 46)
A autora traz esse ponto de vista, da preservação da memória através de um novo meio. Mas como ela colocou, são [eram] miudezas.

REFERÊNCIAS

CASAL, Cérvio Derbi. Sobre blogs. [s.n]:[2009?]. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101536>. Acesso em: 21 ago. 2010. (Adaptado de: http://www.twistimage.com/blog/archives/15-reasons-why-blogging-matters-more-than-ever)

SIBILIA, Paula. A vida como relato na era do fast-forward e do real time: algumas reflexões sobre o fenômeno dos blogs. Em Questão, Porto Alegre, v.11, 2005, p.35- 51. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/viewFile/110/68>. Acesso em: 25 ago. 2010.

Fotografias de um momento perdido no tempo?

Imagem: stockbrazil
Ainda hoje dedico algumas noites de nostalgia a ler todos os meus arquivos, tudo o que escrevi (muitas besteiras), e talvez algumas características não mudem, sejam nossa essência, porém em todos os outros aspectos nós mudamos. Inevitavelmente estamos em constante mutação

Um exemplo é que, hoje em dia, não consigo mais tratar meu blog como um bobo diário e escrever detalhadamente o que aconteceu no dia, aliás, nem mesmo com as minhas agendas eu consegui fazer isso continuamente e o mesmo se deu com o blog: o abandono veio, primeiro pela preguiça de escrever diariamente, e agora é por achar tão banal escrever sobre meu dia ou sobre meus sentimentos de uma forma geral.

Mas, mesmo que não seja da forma como idealizo, ele ainda está lá, ativo às escondidas, e eu concordo quando leio que há a "[...] possibilidade de encontrar nos blogs uma nova forma de registro da memória contemporânea, circulando livremente no ciberespaço [...]” (CARVALHO; CARVALHO; 2005, p. 64). Poderia dá-lo uma conotação informativa, dirão alguns, mas não tenho esse propósito.

Não há meu nome identificando, nunca tive a intenção de ser escoberta, como teoricamente é a proposta do blog. Sempre escrevi para mim mesma, e não vejo mal algum nisso. A intenção  era apenas ter uma memória exterior mais "moderna" que uma agenda.

É preciso ter noção também da instabilidade de uma memória digital. A qualquer momento os arquivos podem ser apagados do servidor e, caso não arrume outra forma de guardar, perderei meus registros novamente, como já aconteceu: um antigo servidor de blogs (weblogger) saiu do ar e todas as pessoas que mantinham seus endereços e arquivos  neste site perderam seus registros.


Usuários de blogs falam a respeito do término do servidor weblogger no Brasil. Confira o post inteiro em: Cerejuda e em Arteando

Para Sibilia (2005), as palavras de um blog se tornam nada mais do que uma forma de fotografia do momento, algo estático, e estão lá nos arquivos que servem como coleções de momentos presentes, e fulgazes. Para a autora, não há a reflexão profunda em cima do que foi escrito, a não ser que, como no meu caso, o usuário se debruce sobre essas fotografias e realmente veja o que elas significaram naquele momento e o que elas representam no momento de agora.

REFERÊNCIAS 

CARVALHO, Luciana. CARVALHO Monica. O registro da Memória através dos diários virtuais: o caso dos blogs. Em Questão, Porto Alegre, v. 11, n.1. 2005. Disponível em: http://www6.ufrgs.br/emquestao/pdf_2005_v11_n1/3_oregistrodamemoria.pdf. Acesso em: 25 ago. 2010.

SIBILIA, Paula. A vida como relato na era do fast-forward e do real time: algumas reflexões sobre o fenômeno dos blogs. Em Questão, Porto Alegre, v.11, 2005, p.35- 51. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/viewFile/110/68. Acesso em: 25 ago. 2010.